Tu, que acendeste o sol de inverno,
querida,
Tu, que floresceste no verão,
querida,
Tu, que te apagaste no outono…
Desculpa-me,
querida.
Escrevo-te porque sinto:
todas as tuas estações estão gravadas em mim.
Mas sê a flor que és
e permite-te sorrir
quando chegar a próxima primavera.
Esperar-te-ei,
talvez no mesmo Versailles entre bondes,
onde o vento elísio do jardim
deixe cair tuas pétalas ao chão.
Mas guarda contigo a certeza,
querida:
desejar-te-ei formosa
em cada porvir.
Eu sei que deveria ter-te acolhido no outono —
sinto, querida.
Mas dá-me o intento de explicar-te:
Se não pude regar-te, querida,
com o regador vil da minha vida,
se…
minha querida…
simplesmente era a hora
de partir?